Cantora Angela Maria
Foto: Reprodução/TV TEM
Foto: Reprodução/TV TEM
Publicado originalmente no site G1, em 30/09/2018
Morre a cantora Angela Maria
Cantora estava internada havia mais de um mês com uma
infecção grave em um hospital de São Paulo. Ela tinha 89 anos.
Por G1
A cantora Angela Maria, uma das rainhas do rádio, morreu aos
89 anos no fim da noite deste sábado (29), no Hospital Sancta Maggiore, em São
Paulo. Ela tinha sido internada havia mais de um mês com uma infecção grave.
O marido dela, o empresário Daniel D’Angelo, divulgou um
vídeo emocionado no Facebook falando sobre a morte da cantora, que fez um
estrondoso sucesso entre as décadas de 1950 e 1960.
"É com meu coração partido que eu comunico a vocês que
a minha Abelim Maria da Cunha, e a nossa Angela Maria, partiu, foi morar com
Jesus", disse emocionado, ao lado de Alexandre, um dos filhos adotivos do
casal e de um outro rapaz. D'Angelo conta que Angela Maria sofreu muito durante
os 34 dias de internação.
A cantora será velada e sepultada neste domingo (30) no
Cemitério Congonhas, na zona sul da capital paulista.
Nome artístico
Abelim Maria da Cunha, verdadeiro nome de Angela Maria,
nasceu em Macaé, Rio de Janeiro. Filha de pastor protestante, passou a infância
nas cidades fluminenses de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. Desde
menina cantava em coro de igrejas.
Foi operária tecelã, mas sonhava com o rádio, embora a
família fosse contra a carreira artística.
Por volta de 1947, começou a frequentar programas de
calouros. Apresentou-se no “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio
Clube do Brasil (hoje Mundial); na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio
Nacional; no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tup; e do “Trem da
Alegria”, dirigido pelo "Trio de Osso" - os magérrimos Lamartine
Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli -, na Rádio Nacional.
Naquela época, usava o nome de Angela Maria, para não ser
descoberta pela família. Ainda era inspetora de lâmpadas numa fábrica da
General Eletric e, decidindo tentar a carreira de cantora, abandonou a família
e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.
Angela Maria
Foto: Jair de Assis/Divulgação Angela Maria
Foto: Jair de Assis/Divulgação Angela Maria
Era do rádio
Em 1948 conseguiu lançar-se como crooner no Dancing Avenida,
onde impressionou os compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho, que a
apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink Veiga. Feito o teste,
começou carreira na emissora.
Firmando-se a partir de 1950 como intérprete, em 1951
estreou na RCA Victor em disco com “Sou feliz” e “Quando alguém vai embora”. No
ano seguinte, sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes de venda,
marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.
Princesa e Rainha do Rádio
Durante a década de 1950, atuou intensamente nas rádios
Nacional e Mayrink Veiga, como a estrela de “A Princesa Canta”, nome derivado
de seu título de “Princesa do Rádio”, um dos muitos que recebeu em sua
carreira.
Em 1954, em concurso popular, tornou-se a “Rainha do Rádio”,
e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme “Rua sem sol”.
A cantora Angela Maria
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook
'Sapoti'
Apelidada “Sapoti” pelo presidente Getúlio Vargas, tornou-se
a cantora mais popular do Brasil durante a década de 1950, alcançando os
maiores êxitos com os sambas-canções “Fósforo queimado”, “Vida de bailarina”,
“Orgulho”, “Ave Maria no morro” e “Lábios de mel”. Um de seus grandes sucessos
na segunda metade da década de 1960 foi a canção “Gente humilde”.
Em 1982 foi lançado o LP Odeon com Angela Maria e Cauby
Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes. Em 1992 apresentou-se
com Cauby no show Canta Brasil, e lançou o disco "Angela e Cauby ao
vivo".
Em 1996, foi contratada pela gravadora Sony Music e lançou o
CD “Amigos”, com a participação de vários artistas como Roberto Carlos, Maria
Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre outros. O trabalho foi um
sucesso, celebrado num espetáculo no Metropolitan (Claro Hall), no Rio de
Janeiro, e um especial na Rede Globo. O disco vendeu mais de 500 mil cópias.
A cantora Ângela Maria, amiga de Cauby Peixoto,
se emocionou no tributo ao cantor na Virada Cultural
Foto: Flavio Moraes/G1
se emocionou no tributo ao cantor na Virada Cultural
Foto: Flavio Moraes/G1
Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com/pop-arte
Nenhum comentário:
Postar um comentário