segunda-feira, 13 de junho de 2022

Morre Ivanildo Sax de Ouro


Publicado originalmente no BLOG DO LAURIBERTO, em 11 de junho de 2022

Morre Ivanildo Sax de Ouro
Por Lauriberto Carneiro Braga  

 Morreu neste sábado (11 de junho de 2022), em Natal-RN, aos 89 anos, Ivanildo José da Silva (Ivanildo, o Sax de Ouro). 

Nascido em Amaraji-PE, em 17 de setembro de 1932, Ivanildo pernambucano de nascimento e cearense e potiguar por opção, como gostava de se dizer, deixa um Legado Musical dos mais ricos.

O saxofonista Ivanildo José da Silva, o Sax de Ouro começou seus estudos aos 12 anos, na Escola de Música do Colégio Salesiano de Recife-PE. Os pais queriam que fosse advogado, mas a paixão pelo Saxofone falou mais alto. Fã incondicional de Charlie Parker, Ivanildo, o Sax de Ouro colecionou fotos antigas e quase todos os discos do ídolo Charlie Parker.

Da Revista Cearense Folha do Rádio, Ivanildo Sax de Ouro recebeu os Prêmios:

Melhor Músico.

Melhor Solista.

Melhor Instrumentista.

Melhor Conjunto.

Foi escolhido o Melhor Saxofonista do Nordeste e homenageado pela Força Aérea Brasileira (FAB) com a Medalha do Mérito Santos Dumont.

Jornalista do Tribuna do Norte, Yuno Silva - Aos 12 anos ele queria mesmo era ser jogador de futebol. Meio campista bom de bola e, como se diz no jargão futebolístico raçudo, queria ser artista dos gramados. Se fosse seguir os planos da mãe, Vando, seu apelido familiar, deveria trilhar a carreira de advogado. Filho de bóias frias pernambucanos, Ivanildo José da Silva estava interno no colégio Salesiano do Recife quando foi apresentado à Música –um encontro que mudou sua vida. O experiente Ivanildo Sax de Ouro, 2º Tenente da Reserva da Aeronáutica, em 2011 concluir a gravação do novo disco comemorativo dos 60 anos de carreira. Com direção musical de Chico Beethoven e Jubileu Filho, foi o primeiro gravado em solo potiguar, e Ivanildo aguarda apenas o sinal da gravadora para marcar a data e transformar o material num Sogbook (com partituras). Com 72 anos de carreira, 29 álbuns gravados, mais de dois milhões de cópias vendidas, um disco de platina e quatro de ouro, o músico lembra com carinho quando foi literalmente convocado para se integrar à banda de música da escola. “Estava na beira do campo quando o professor chegou e disse pra me apresentar na sala de ensaios da banda depois do jogo. Já cantava no Coral, tinha noção de música, e estudei seis meses antes de escolher qual seria meu instrumento”, contou o calejado e simpático senhor de camisa florida de seda – uma de suas marcas registradas. Fã confesso de Charlie Parker e Mozart, Ivanildo nasceu em Amaraji (PE), foi registrado em Aquiraz (CE) e morava há cerca de 47 anos em Parnamirim, município da Região Metropolitana de Natal, em uma espaçosa casa onde guarda com precioso cuidado memórias e lembranças dos tempos do bolachão. “Sou do tempo que para ganhar um disco de ouro tinha que vender 250 mil cópias em 30 dias – platina significa 500 mil nesse mesmo período”, orgulha-se, apontando para a parede de seu estúdio/escritório onde as capas dos LPs estão cronologicamente arrumadas. O espaço já está pequeno para acomodar todas as condecorações, medalhas, fotos, posteres e cartazes, recortes de jornal e sua coleção de suvenires, entre eles uma raridade: Ivanildo ganhou da gravadora carioca CID uma garrafa de uísque distribuída no casamento do Príncipe Charles com Lady Diana, em 1981. “Está lacrada, eu não bebo”. De fato, seu escritório tem muitas, todas intactas. Sobre seu apelido, o potiguar (pois Ivanildo recebeu o título de cidadão norte-riograndense oferecido pela Assembleia Legislativa) recorda que Sax de Ouro surgiu quando morava em Fortaleza. “No início dos anos sessenta, tocava muito nos principais clubes da capital cearense e o colunista Bayard, do Correio do Ceará, me chamou em sua coluna pelo codinome Sax de Ouro. O apelido pegou na hora, e a partir de 1979 passei a assinar meus discos dessa maneira”, contou.

Escritor Gilson Moreira Costa · O Cabana Clube, da Terra do Papagaio foi por muito tempo, o ponto de encontro da alta sociedade nas festividades recreativas, a partir das famosas tertúlias de final de semana. A palavra tertúlia deriva do espanhol que significa grupo de pessoas que discutem ou conversam.   De fato, é na sua essência, uma reunião de amigos, familiares ou simplesmente frequentadores de um local, que se reúnem de forma mais ou menos regular para a diversão, e , quando o volume do som permite, alguma conversa animada será oportunizada.  Foi assim, o Cabana Clube, onde os associados podiam dividir com convidados especiais a alegria social e viver com eles, momentos inesquecíveis no clube! Desta forma, tornaram tradicionais as festas do Hawai, no último sábado de julho - despedida das férias, e a festa do final ano, ou “Réveillon”, nome de  origem no idioma francês usado para descrever uma festa de passagem para o ano novo. “Réveiller, que significa acordar ou reanimar,  em sentido figurado.  Assim, o “Réveillon” é o despertar do novo ano. Entre uma festança e outra, costumava promover no Cabana Clube, uma festa intermediária, a pedido dos associados e familiares. Adentra aqui, em 1983, a presença de um festejado saxofonista, acompanhado pelo seu conjunto musical: Ivanildo e seu Conjunto! Presença que agradou a sociedade icoense, de forma que, a habitual ocupação das mesas, nessas ocasiões, era em torno de 50, passou a 98 mesas vendidas, chegando a se comparar com os dois eventos aqui citados. Por iniciativa própria , tocando seu tema musical que muitos lembram, passeava de mesa em mesa com o seu “Sax de Ouro”, encantando os presentes, com um repertório que ia do maxixe ao mambo, passando pelo bolero, valsa, blue, samba, até xote maracatu e baião. Ivanildo e seu Conjunto, a partir de então, e por muito tempo, foi tocado nas tertúlias do Cabana, com seus LPs, através da Radiola “Três em Um” doada pelo saudoso Doutor Quilon, controlada pelo DJ Otoniel, que pacientemente ficava na sala de som, recebendo os pedidos de música dos amantes da dança. Ivanildo José da Silva, pernambucano de nascimento e cearense e potiguar por opção, como sempre gostou de externar, nasceu, em 17 de setembro de 1934, na cidade inserida nos Tabuleiros Costeiros que acompanha o litoral de todo o nordeste:  Amaraji. Registrou-se em Aquiraz, e por muitos anos residiu no Ceará, até 1979, quando foi residir, por mais de quatro décadas, no Rio Grande do Norte, até os últimos dias, na cidade de Parnamirim. O apelido Sax de Ouro surgiu, em 1979 quando ele morava em Fortaleza e tocava muito nos principais clubes da capital cearense, desde o início dos anos sessenta.   O apelido pegou e passou a assinar seus discos dessa maneira. Foi um músico de sucesso, e o som do seu saxofone se tornou inconfundível . Na carreira, foram mais de dois milhões de cópias vendidas, um disco de platina e quatro de ouro.  Músicas como: Siboney, “Tres Palabras”, Nada Além, Amapola, “Quizas Quizas Quizas”, “La Barca”,”Aquellos Ojos Verdes” e tantas outras, ficarão para sempre. .Mas, o sopro mais suave e os arranjos que saiam de sua partitura e transformavam velhas canções em melodias imortais, parou, em 11 de junho de 2022, aos 89 anos, levando o Sax de Ouro mudo, para tocar na eternidade".

Jornalista Wilson Ibiapina - O saxofonista Ivanildo foi a grande atração do jantar que a Casa do Ceará promoveu, em outubro de 2012, para fazer a entregado diploma de sócio benemérito ao advogado Estênio Campelo. Na presença de ministros, parlamentares e da colônia cearense, Ivanildo mostrou mais uma vez porque merece o título de Sax de Ouro. Quando ele tocava sax mania, música do maestro paraibano Severino Araújo, que escolheu para prefixo musical de seu conjunto, ninguém ficava sentado. Em seguida, enchia o salão com um repertório que ia do maxixe ao mambo, passando pelo bolero, valsa, blue, samba, até xote maracatu e baião .Todo mundo balançava o esqueleto. Quem foi adolescente em Fortaleza nos anos 1960 não esquece. As tertúlias do Maguari, aos domingos, eram animadas por Ivanildo e seu Conjunto. Saci, no baixo; Marshal ao piano, Barbosa na bateria, dando um show à parte .Outros músicos tocaram com ele :o pianista Caruaru, os pistonistas, ou trumpetistas Paulo e Waldemar, Odilon, guitarra. Animava, também, as festas de outros clubes de Fortaleza. Tocava em todo o Nordeste numa época que a concorrência não era mole. Estavam lá os conjuntos do paraense Alberto Mota e dos cearenses Canhoto, Moreira Filho e Paulo de Tarso. Cada qual melhor do que o outro. Mas nenhum com o carisma do Ivanildo. Ele pegava a moçada pelos arranjos que fazia das músicas, todas gravadas em cds e na memória dos que se divertiam ao som do seu Sax. Ivanildo é tão querido no Ceará e no Rio Grande do Norte que se viu obrigado a tirar certidão como natural dos dois Estados. Ninguém admite que ele não seja cearense, como os potiguares o querem também conterrâneo. Na verdade ele é pernambucano. Ivanildo José da Silva chegou a Fortaleza para servir na Base Aérea. Suboficial, foi maestro da Banda de Música por muitos anos tanto em Fortaleza, como em Natal. Quando chamou alguns colegas da Banda Militar e formou o conjunto para alegraras festas, nunca imaginou que iria fazer tanto sucesso. Seu sopro é inconfundível. Começou a estudar Música ainda criança no Colégio Salesiano. Fã de Charlie Parker, guarda até hoje os discos do ídolo americano. Graças a essa paixão, Ivanildo contrariou o pai dele, não tirou o diploma de bacharel em Direito. Foi ser doutor em Música para felicidade geral da nação. Morava ultimamente na cidade potiguar de Parnamirim. Lá, o sossego da terceira idade só é quebrado,quando chegam os convites para que se apresente pelo País. Feito vinho, está cada vez melhor. O sopro parece mais suave e os arranjos que saem de sua partitura transformam velhas canções em melodias imortais".

Gualber Calado - A Webradio APCDEC, neste momento faz um especial musical só com musicas tocadas pelo SAX de OURO Ivanildo. Pessoal da velha guarda e aqueles apaixonados por dança de salão não podem perder: apcdec.com.br

Hely Alencar - O MESTRE IVANILDO SAX DE OURO FOI PARA OUTRO PLANO CELESTE. MAS SUA OBRA É ETERNA".

Jaime Neves Gameleira - Foi meu grande incentivador em suas lindas melodias".

Adailton Filho - Foi uma grande referência!

Jornalista Juracy Mendonça - Meu amigo Lauriberto Braga informando sobre a morte de mais um grande nome da nossa Música: Ivanildo, o Sax de Ouro.

Divulgador Vevé Silva - A Música Instrumental Brasileira está de luto. Morreu ontem (11), em Natal, aos 89 anos de idade, o músico Ivanildo do Sax, maior referência da música instrumental nordestina e nacional. Pernambucano de nascimento, registrado no Ceará, mas viveu a sua vida quase toda em terras natalenses. Esse era Ivanildo do Sax que deixa uma grande lacuna na Música Instrumental. Mas sua obra ficou eternizada ao som de vários discos gravados, quase todos lançados no mercado pela gravadora CID, onde tive o prazer de conhecê-lo no tempo em que fui representante dela nos Estados do Nordeste. O som do seu saxofone se tornou inconfundível, o que levou a vender mais mais de dois milhões de cópias, dando-lhe um disco de platina e quatro de ouro, além de outros troféus ao longo dos mais de 70 anos de carreira. Uma perda lamentável para a nossa música. Nossos pêsames aos amigos e familiares de Ivanildo do Sax aqui em algumas fotos comigo quando de suas vindas a Fortaleza para shows.

Paulo Henrique - Esse fez parte da minha Infância. Meu pai ouvia ele sempre. Ele ia bastante na Aeronáutica toca la, tanto no B25 quanto no C95. Que Deus conforte toda família".

Clice Gurgel - Que notícia triste! Meus pais amavam demais o Ivanildo! Desde pequena eu já ouvia seus discos que a mamãe colocava, fiquei com o gosto musical apurado e ele me ajudou muito nisso! Meus pais o trouxeram para o Maguari Clube e realmente a Música Siboney era um clássico que não podia faltar em nenhum casamento ou evento em família! Que tempo pra passar e os bons só indo embora, enquanto muitos ruins artistas vão ficando! Que Deus o tenha!

Peregrina Capelo - Dancei muito ao som do Sax de Ouro nos 15 anos das amigas no Náutico Atlético Cearense. Fortaleza no tempo da delicadeza".

Augusto Cesar Guto Benevides - Ivanildo, o Sax de Ouro que animava as tertúlias nos anos dourados, pegou o elevador para o andar de cima. Vai tocar Siboney para os anjos. Gente boa, grande profissional!! No ano 2000 consegui reunir os integrantes de seu Conjunto (assim que se dizia) e trouxe todos de Natal para tocar no lançamento do meu livro “Entre o Poder e a Madrugada “ em grande noite com o Ideal lotado. Na foto toca Siboney a meu pedido para o amigo Ciro Gomes.

Texto reproduzido do blogdolauriberto.com

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